Liberdade de imprensa

?Liberdade de imprensa? na sociedade burguesa significa liberdade para os ricos, de forma sistemática, incessante, diária, em milhões de cópias, enganarem, corromperem e enganarem a massa explorada e oprimida do povo, os pobres.

- V. I. Lênin. (1917). Como garantir o sucesso da Assembleia Constituinte

Os anticomunistas criticam a falta de ?liberdade de imprensa? nas sociedades dirigidas por governos comunistas. Afirmam que o governo suprime vozes dissidentes e controla os meios de comunicação social, a fim de manter o seu poder, e que isto conduz à falta de transparência e responsabilização, bem como à supressão da liberdade de expressão e da capacidade dos indivíduos de expressarem as suas opiniões e defenderem aqueles que estão no poder são responsáveis. Argumentam também que o controlo estatal dos meios de comunicação conduz à censura, o que impede os cidadãos de acederem a informação imparcial e de tomarem decisões informadas. Esta crítica é frequentemente usada para argumentar contra o comunismo e a favor do capitalismo. Sob esta luz, acredita-se que as sociedades capitalistas oferecem maior liberdade de imprensa e expressão pessoal.

Todas estas são preocupações importantes que devem ser levadas a sério. O problema é que estas preocupações não são específicas do comunismo; As sociedades capitalistas, como resultado da motivação do lucro e da acumulação de riqueza, sofrem com todos estes mesmos problemas.
Concentração de mídia

Não pode haver liberdade de imprensa, exceto para os proprietários e editores de jornais, enquanto o capitalismo durar.

-Arthur Cowell

Você possui uma estação de notícias? Um jornal? Então que ?liberdade de imprensa? você realmente tem?

Uma análise profunda dos 100 principais sites de notícias da América revela os principais acionistas, empresas-mãe e pontos em comum.

Cerca de 15 bilionários e seis empresas possuem a maior parte dos meios de comunicação dos EUA. Os maiores conglomerados de mídia da América são AT&T, Comcast, The Walt Disney Company, National Amusements (que inclui Viacom Inc. e CBS), News Corp e Fox Corporation (ambas de propriedade parcial dos Murdochs), Sony e Hearst Communications. .

- Quem é o dono das suas notícias? Os 100 principais veículos de notícias digitais e sua propriedade

Com este tipo de concentração, os poucos seleccionados que realmente possuem estes meios de comunicação social têm uma capacidade incomparável de definir a narrativa e promover os seus próprios interesses. O Sinclair Broadcast Group, por exemplo, possui centenas de estações de notícias de TV locais. O exemplo mais infame deles usando esta rede para espalhar uma agenda foi este vídeo perturbador: Soldados de Sinclair na Guerra de Trump contra a Mídia.

Esse problema também afeta os produtores de cinema e televisão: quem é o dono de tudo na grande mídia hoje

Viés óbvio

Em todo o mundo, onde quer que existam capitalistas, liberdade de imprensa significa liberdade para comprar jornais, para comprar escritores, para subornar, comprar e falsificar a ?opinião pública? em benefício da burguesia.

- V. I. Lênin. (1921). Uma carta para G. Myasnikov

Nas sociedades capitalistas, o conceito de ?liberdade de imprensa? é uma noção enganosa e enganadora. Embora a classe dominante promova a ideia de uma imprensa livre como um direito fundamental, a realidade é que a imprensa pertence e é controlada por um pequeno grupo de bilionários que a utilizam para promover os seus próprios interesses.

Sob o capitalismo, os meios de comunicação social são uma indústria orientada para o lucro que depende das receitas publicitárias para sobreviver. Como resultado, os meios de comunicação servem os interesses da classe capitalista, promovendo a sua ideologia e suprimindo vozes dissidentes. Isto é evidente na forma como as notícias são enquadradas e apresentadas, com ênfase no sensacionalismo, nos mexericos sobre celebridades e no consumismo, em vez de questões que afectam as pessoas da classe trabalhadora.

A mídia capitalista não é um observador neutro da sociedade, mas um participante ativo na luta de classes, concentrando-se hiper em questões não relacionadas à guerra cultural, como o interminável debate sobre controvérsias fabricadas, como as mulheres trans no esporte, uma questão que não afeta a grande maioria das pessoas. Esta isca de raiva desvia a atenção das questões reais que afetam a classe trabalhadora. A mídia está constantemente usando como bodes expiatórios alguns grupos minoritários com narrativas sensacionalistas de isca de raiva, como a ?Rainha do Bem-Estar? ou ?imigrantes ilegais?.

Os proprietários e editores dos meios de comunicação social usam o seu poder para definir a narrativa, que molda a opinião pública e influencia a política governamental, para servir os seus próprios interesses. É por isso que é essencial que a classe trabalhadora construa as suas próprias instituições de comunicação social que sejam independentes da influência capitalista.

O acordo geral é que a Marvel use equipamento militar real, filme em bases militares e contrate soldados reais como extras, enquanto o Departamento de Defesa aprova o roteiro final do filme. Em outras palavras, a Marvel recebe toneladas de coisas para tornar a produção mais fácil e barata, enquanto os militares editam tudo o que não os faz parecer bons.

Mesmo os filmes que não têm uma conexão direta de marketing com as forças armadas dos EUA têm uma tendência notável em relação a isso. Consideremos Pantera Negra, um filme sobre o monarca de uma nação africana avançada. O único personagem branco proeminente nesse filme é Everett K. Ross, um agente da CIA que ajuda T'Challa a derrubar Killmonger. A CIA tem uma longa história de derrubada de regimes, mas, neste filme, um agente da organização que colocou Pinochet no comando do Chile ajuda num golpe de Estado para sempre. Esta pode não ser a intenção do filme, mas a CIA certamente gostou. A agência promoveu fortemente o filme nas redes sociais, permitindo que ele se transformasse em um projeto que foi visto como um grande salto em termos de representação e um filme de grande sucesso.

- Explicação das críticas à propaganda militar da Marvel | GameRant (2022)

A conclusão é que não há nada de ?gratuito? na imprensa na sociedade capitalista. Para aqueles que têm os meios, ser capaz de controlar os meios de comunicação social é uma ferramenta incrivelmente poderosa para moldar a opinião pública. Precisamos de uma imprensa verdadeiramente livre e democrática, mas isso nunca será possível sob o capitalismo.
Censura

A mídia corporativa nos EUA pratica a autocensura, limitando a gama de opiniões e perspectivas aceitáveis que podem ser expressas nas suas reportagens. Isto é feito para manter um âmbito estreito de debate político que seja aceitável para a classe dominante e para garantir que os interesses da classe capitalista não sejam ameaçados.

Durante o período de susto vermelho da década de 1950, o governo reprimiu as organizações de esquerda e progressistas, acusando-as de serem simpatizantes ou agentes comunistas. Muitos jornalistas e meios de comunicação social foram investigados e perseguidos pelas suas supostas tendências esquerdistas pelo Comité de Actividades Antiamericanas da Câmara (HUAC), o que levou a um clima de medo e autocensura nos meios de comunicação social.

Como resultado, muitos meios de comunicação e jornalistas começaram a evitar cobrir ou promover ideias progressistas ou de esquerda nas suas reportagens. Esta tendência continua até aos dias de hoje, com os principais meios de comunicação a evitarem frequentemente a cobertura crítica da política externa, do imperialismo e do poder corporativo dos EUA, promovendo, em vez disso, uma estreita gama de pontos de vista que são aceitáveis para a classe dominante.

Da mesma forma, a Operação Mockingbird começou nos primeiros anos da Guerra Fria para recrutar jornalistas para manipular os meios de comunicação nacionais americanos para fins de propaganda. O governo dos EUA também opera algumas redes de propaganda explícita, como a Voice of America, a Radio Free Europe/Radio Liberty, a Radio Free Asia, e outras, a fim de exportar internacionalmente a ideologia da América, particularmente em regiões onde o comunismo é popular. Em particular, o RFE/RL pretendia combater a URSS e o RFA pretendia combater a RPC. Organizações como a National Endowment for Democracy (NED) financiam atividades que promovem os interesses da América.